segunda-feira, 8 de junho de 2009

EUCALIPTOS – A RIQUEZA DO BRASIL

Geraldo R. Braga*

De acordo com o Prof. Furtini Neto, no III Seminário de Silvicultura de Vazante, ago/07 e o Engº Ftal José de Castro Silva, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em sua excelente palestra “Oportunidades com a Madeira de Eucalipto”, durante o XVI Seminário de Café do Cerrado em Patrocínio, MG, em set/08 os eucaliptos, da família das Mirtáceas, que também inclui goiabas, jabuticabas, pitangas, etc, são nativos ou originários da Austrália, Indonésia, Nova Guiné, Filipinas e Timor, com aproximadamente 700 espécies. Destas, 50 espécies se distribuem pela Índia, Brasil (BR), Chile, Argentina, África do Sul, EUA, Espanha, Madagascar, Portugal, Itália, Marrocos, Israel etc. As espécies mais comuns no Brasil são o grandis, urophylla, urograndis, citriodora (eucalipto-cheiroso), camaldulensis, etc. Indicação de algumas espécies para:
Mobiliário – grandis, saligna, urophylla e urograndis;
Energia – grandis, citriodora, camaldulensis e urophylla;
Estruturas/construções – urophylla, camaldulensis, etc.
Atingem até 80 m de altura, vivem até 1000 anos e chegam a produzir toros de mais de 200 cm conforme constatamos na margem direita do Murrey River, Echuca, Estado de Victoria, Austrália.
Os eucaliptos são as árvores mais plantadas no mundo – 17,8 milhões de hectares (ha). Primeiro país – Índia – com 8 milhões de ha – baixa produtividade. BR – 2º país em área plantada – 3,4 milhões de ha – cultivos intensivos, florestas clonais, alta produtividade, alcançando de 45 a 60 esteres/ha/ano ou numa estimativa conservadora, 35 st/ha/ano.
Os eucaliptos representam 65% da área de florestas plantadas no BR. Principais estados reflorestadores – MG – 1,054 milhões de ha (31%), SP – 799 mil ha (23%) e BA – 527 mil ha (15%), em 2006. O BR refloresta apenas 435 mil ha/ano e a China Comunista (PRC) 5 milhões de ha (12,5 vezes mais). O BR colhe 550 mil/ha, portanto o déficit atual é de 115 mil ha/ano e está crescendo (apagão florestal). O total reflorestado no BR é de apenas 5.345 mil ha, com 3.408 mil ha de eucaliptos, 1.835 mil ha de Pinus e 102 mil ha de outras espécies.
Principais usos – celulose e papel – 70%, carvão (siderurgia) – 25%. O BR tem 32 fábricas de celulose e ainda um consumo bastante
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*Engº Agrº Reflorestador, Economista Rural (MS)

baixo de papel “per capita”, apenas 42 kg/ano em comparação com os EE.UU. – 320 kg/ano. A CENIBRA consome 700 carretas de eucaliptos/dia e a Aracruz (ES) 25.000 m³/dia. MG tem 118 alto-fornos siderúrgicos, mais da metade usando carvão ilegal, de florestas nativas, especialmente o cerrado. Carvão do Paraguai está sendo exportado para Sete Lagoas, MG. Madeiras da Argentina, Uruguai e Bolívia estão sendo exportadas para SC e SP. A Amazônia brasileira produz 90% da madeira nativa do BR, sendo 87% consumida internamente. A exploração predatória é de 96%, 4% bom manejo e zero% de forma ideal.
Renda gerada pelos eucaliptos – U$ 21 bilhões, exportações U$ 7,5 bilhões (em 2005).
Vantagens dos eucaliptos – rápido crescimento, permitindo até 3 cortes ou colheitas à partir do 5º ano, alta capacidade produtiva, facilidade de aclimatação, usos múltiplos – celulose, papel, energia ( carvão, lenha), madeira para móveis, casas, pisos, postes, mourões, aglomerados, chapas de fibras, essências,etc.
Geração de empregos (investimento de R$ 1 milhão) – setor automotivo – gera 85 empregos, construção civil – 111, comércio – 149 e silvicultura – 160 empregos.
Geração de empregos diretos em 1000 ha – pecuária de corte – 7 e eucaliptos – 50 empregos.


Número de Empregos Diretos e Indiretos de Florestas
Plantadas em 2005

Discriminação ----------- Diretos -------Indiretos
Florestas plantadas ----- 233.900 ------ 917.000
Indústrias florestais -----442.100 ------ 738.600
TOTAL -------------------676.000 ----- 1.655.600

Contribuição à Balança de Pagamentos – Exportação – 2003

Complexo soja -------- U$ 8,1 bilhões
Produtos florestais ---- U$ 5,5 bilhões
Complexo carnes ----- U$ 4,0 bilhões
Couros e peles -------- U$ 2,5 bilhões
Açúcar e álcool -------- U$ 2,4 bilhões

Os produtos florestais representam 17,8% do agronegócio e 7,4% das nossas exportações.
Segundo a ABRAF, ABTCP, BRACELPA e SBS - Sociedade Brasileira de Silvicultura, o setor brasileiro de celulose e papel gera mais de 100.000 empregos diretos, recolheu R$2 bilhões em impostos em 2005 e deverá fazer investimentos superiores a US$ 14 bilhões no período 2003 a 2012.
O agronegócio é o sustentáculo de nossa balança comercial. Você, caro leitor, está vestido, alimentou-se e bebeu hoje? Agradeça aos fazendeiros e ao agronegócio, não ao MST, que nada produz.
O Latifúndio Produtivo, Grande Propriedade Produtiva ou Empresa Rural (Plantation ou Plantación), é que produz bem, com técnicas ecologicamente corretas, com respeito aos recursos naturais renováveis, barato e em grande quantidade para abastecer o mercado interno e exportação, não a agricultura de cabo de enxada, de fundo de quintal, do tempo da República dos Estados Unidos do Brazil. Os incentivos fiscais ao reflorestamento, ao tempo da tão boa e oportuna Lei 5.106/66 e DL. 1134/70 geraram muitos empregos, fixaram a mão-de –obra desqualificada no meio rural e seus bons resultados são sentidos até hoje (o jornal, livro ou revista que você está lendo certamente é feito de eucalipto, você sabia?).
O que sabem os falsos ecologistas e os “Stédiles e MSTs” da vida, massa de manobra analfabeta, despreparada, sem experiência, sobre genoma, genótipo, genética, transgenia, OGMs, biotecnologia, clonagem, céculas tronco, agroecologia, bioma, hibridação, seleção natural, agronegócio, recursos naturais renováveis, efeito estufa, ciclo do carbono e nitrogênio, relação C:N, micorrizas, solos álicos, distróficos e eutróficos, seqüestro de carbono, Rerum Novarum, Protocolo de Kyoto, APP, ARL, APA, RPPN, CTF, ADA, ARIE, EIA-RIMA, evolução (the struggle for life), Darvinismo, The Great Step Forward, The New Deal, Cedant a arma togae, Déclaration des Droits de l’ Homme et du Citoyen, mata ciliar, GPS, georreferenciamento, reflorestamento, eucaliptocultura, etc? Por que acham que tem o direito de arrancar, quebrar, cortar, queimar e destruir viveiros, estações de pesquisas e plantações de eucaliptos? Só por que o eucalipto é essência exótica ou estrangeira? A Rev. Veja, Ed. 2062, cita várias condições que fazem do BR um país do 1º e 3º mundo ao mesmo tempo, por exemplo: produtividade da terra (1º mundo) X invasão de terras (3º mundo), produtividade rural X devastação ambiental, motor bicombustível X poluição, Embrapa X Via Campesina (braço armado mais violento do MST internacional).
Em relação aos eucaliptos, as árvores dos frutos de ouro, nada se perde, tudo se aproveita, inclusive a essência (citronelal).Imitando Kalil Gibran dizemos que os eucaliptos são um poema que a terra escreve para o céu. Com aproximadamente 700 espécies, inclusive híbridos, o eucalipto, se adaptou perfeitamente bem no Brasil, em todos as latitudes e longitudes (Graças a Deus e não ao MST).
Com nosso conhecimento de 42 países nos 6 continentes, prática e responsabilidade de 40 anos como Engº Agrº Reflorestador, com 50 milhões de árvores especialmente eucaliptos, pinheiros, essências nativas, frutíferas, de arborização e ornamentais plantadas, cultivadas, manejadas, colhidas e exportadas, desde o Norte de Minas até o Litoral Sul de Santa Catarina, afirmamos que florestas homogêneas de eucaliptos não são um crime ambiental como querem pseudo-ecologistas (crime ambiental são as favelas rurais nas matas ciliares, destruição das nascentes e poluição dos mananciais de água, incêndios nos pastos e canaviais, destruição de viveiros florestais e estações de pesquisas agropecuárias, derrubadas de reflorestamentos, destruição das matas ciliares e desmatamento nos assentamentos do INCRA e invasões do MST, a Operação OPTei na Amazônia Legal etc). Plantações de acácias (leguminosas enriquecem o solo, fixando o nitrogênio atmosférico em suas raízes), eucaliptos e Pinus não destroem a biodiversidade, não deterioram os solos, não secam os rios. Tivessem um mínimo de educação ambiental, esses falsos ecologistas saberiam que esses mitos não tem nenhum fundamento científico. Também deveriam visitar o melhor museu do eucalipto do mundo. Onde? Austrália? Não, no Horto Florestal Navarro de Andrade em Rio Claro, SP, orgulho da nossa avançada silvicultura. Veja também os exuberantes eucaliptos centenários, plantados pelo saudoso Engº Agrº Edmundo Navarro de Andrade, pai de nossa eucaliptocultura, em 1903/1904.
Na Austrália, pátria dos eucaliptos, onde estivemos estudando sua ecologia e utilização florestal nos Estados de New South Wales, Canberra (ACT) e Victoria, esta mirtácea é a espécie predominante com ocorrência inclusive nos desertos. Praticamente é a única madeira utilizada em todo o país, por exemplo no ancoradouro do grande porto de Sydney. Há ocorrência de inúmeros animais nos eucaliptais, basta citar os símbolos da Austrália, os koalas (só se alimentam de folhas de eucaliptos), os cangurus, e os emus (aves pernaltas semelhantes a nossa ema) , diversas aves como pode ser visto em Sydney, Melbourne, Echuca, Moama, Wagga Wagga, Canberra, etc. As matas ciliares em Echuca e Moama (margens direita e esquerda do Murray River), são formadas com aproximadamente 95% de eucaliptos. Para quem quiser ver, o rio está lá (não está seco), sendo usado até hoje para a navegação turística. Junto ao Centro de Informações Turísticas há alguns exemplares lindíssimos, mais velhos que o BR, com diâmetros de até 200 cm. É a região do melhor E.camaldulensis, de madeira dura semelhante ao nosso jacarandá-da-bahia, usado para móveis finos, cutelaria, artesanato, etc.
Em reunião com os reflorestadores no Jardim Botânico de Canberra (Australian Capital Territory), eles ficaram admirados e demostraram grande interesse em visitar o BR ao saber de nosso adiantado nível tecnológico em eucaliptocultura, alta produtividade e grandes projetos de plantios anuais.
Surpreendentemente os eucaliptos tem raízes curtas, bem rasas. Conforme resultados de pesquisa na UFV, um pé de eucalipto de 30 m de altura tem em média apenas 1,5 m de profundidade das raízes. No espaçamento de 3x4 m as raízes são mais rasas (menor competição) e no espaçamento de 3x2 m mais profundas (2,5 m). Como as raízes dos eucaliptos crescem rápido, tem a capacidade de se aprofundarem rapidamente no solo à procura de água, e, assim sobreviverem no período crítico de 3 a 4 meses após o plantio. Veja porque se adaptaram tão bem aos cerrados brasileiros, savanas na África do Sul, solos fracos e rasos na Espanha, Portugal, Peru, Chile, Bolívia, etc.
Os eucaliptos causam desertos? Não, os desertos foram formados primeiro e depois, pela seleção natural, os eucaliptos se adaptaram à regiões desérticas, secas, de solos rasos, pedregosos, inférteis, encharcados, etc. São espécies de crescimento rápido, com capacidade de adaptação mesmo em solos de baixa fertilidade, como no cerrado brasileiro e savanas da África por exemplo.
Como os cerrados e savanas são regiões planas, sofreram intensa lixiviação por milhões de anos, perdendo sua riqueza mineral para o subsolo ou para as camadas profundas. Os eucaliptos, com suas raízes de crescimento rápido, sugam para suas folhas esses minerais, e com a sua morte e decomposição, enriquecem os solos fazendo a cobertura morta (mulch), evitando a erosão hídrica e eólica, diminuindo a insolação direta e o endurecimento da camada superficial, e também a temperatura ambiente. Por isso, e por uma série de outras vantagens, os eucaliptos são recomendados e fomentados pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), para contenção de dunas, encostas, reflorestamentos em áreas degradadas, pisoteadas, íngremes, solos rasos ou com pouca precipitação ( África Sub-Sahariana por exemplo).
Os grandes plantios homogêneos devem ser intercalados com as Matas Ciliares e Áreas de Reserva Legal (essências nativas), mínimo de 20% em cada propriedade. Visite a Klabin do Paraná, em Telêmaco Borba, a Votorantim Celulose e Papel em Capão Bonito e Luiz Antônio, SP(Engº Antônio Ermírio de Moraes), Votorantim Aço Florestal em Vazante, João Pinheiro e Paracatu (Projeto de Integração Agropecuária – Silvicultura) e Irmãos Meneguetti em São João do Paraíso (MG), e veja o excelente nível silvicultural, geração de empregos e de organização destas empresas brasileiras. Deserto verde? Não, pelo contrário, um jardim perfumado pelo agradável e medicinal aroma da essência do Eucalyptus citriodora por exemplo.
O Brasil tem 3,4 milhões de hectares de eucaliptais, da Amazônia ao Rio Grande do Sul. É uma espécie de rápido crescimento, permitindo 3 colheitas ou cortes rasos em apenas 20-21 anos, com a excepcional produção de até 60st/ha/ano o que chega a ser 6 a 10 vezes mais que os reflorestamentos de pináceas nos países temperados do Norte.
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REGIÃO---ESPÉCIE---PRODUÇÃO---CICLO OU ROTAÇÃO
BR --------Eucaliptos--30 m³/ha/ano-- 7 / 14 / 21 anos
BR(clones)-Eucaliptos--50 ------------- 7 / 14 / 21
Chile ------P. radiata---25 ------------- 20
Escandinávia-P. abies---5 ------------- 60
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Eucaliptos para usos múltiplos – espaçamento 3x3 m – com desrama.
5º e 9º ano – desbastes de 50%.
Árvores adultas, com DAP > 40 cm chegam a produzir 6,5 m³ de madeira e valem R$1.000,00 / unidade em pé no PR (É a bola da vez, a árvore dos frutos de ouro, cheque à vista, com a vantagem adicional de ser uma riqueza ecológica renovável, promovendo o desenvolvimento sustentável e auxiliando a conservação dos recursos naturais). Temos insolação, clima ameno, permitindo crescimento o ano todo, grandes áreas de terras planas e baratas e vamos nos tornar em breve um dos maiores reflorestadores mundiais, especialmente com eucaliptos, queiram ou não os movimentos esquerdistas. Deus nos salve destas pragas, porque das saúvas e incêndios florestais nos livramos nós.
Segundo o Dr. Carlos Young (UFRJ), citado por Celso Ming, Estadão de 16/03/06, o eucalipto não causa prejuízo ambiental maior que o provocado por qualquer outra monocultura como pastagens, café, trigo, soja ou cana. Também, segundo o Engº Agrº Walter Lima, da ESALQ (USP), citado por Agnaldo Brito, Estadão de 26/03/06, o eucalipto não esgota os recursos hídricos. Com o consumo de apenas 5 litros de água/m²/ árvore no verão, e de 1,2 litros no inverno, os eucaliptos seriam facilmente suplantados no consumo d’água pelos reflorestamentos com aroeira, baru, cabreúva, canelas, jacarandá, jacaré, jatobá, jequitibá, ipês, pau-brasil, pau-ferro, vinhático, etc, se plantados na densidade de 1.670 a 2.220 árvores/ha, como normalmente ocorre com os eucaliptos. O problema, se existisse, seria devido a grande quantidade de árvores por hectare, não a espécie em si. As florestas nativas consomem mais água que os eucaliptos:
Cerrado – produção de 1 kg de madeira – 2.500 lt água;
Eucalipto – produção de 1 kg de madeira – 350 lt água;
Cana – produção de 1 kg de açúcar – 500 lt água.
O eucalipto plantado em fileiras duplas, distantes 10 m entre si, pode ser consociado com arroz, açaí, milho, mamona, amendoim, sorgo, trigo, morango, cana, melancia, mandioca, girassol, feijão e braquiária (pastos sombreados ou semi-sombreados – Vazante, MG).
O Prof. Maison da Nóbrega, Estadão de 26/03/06, em magistral artigo sobre “ A Ignorância de Stédile”, o chama de ludita (xiita, atrasado, retrógrado, contrário ao progresso e ao desenvolvimento) e afirma, com a sua responsabilidade de Ex Ministro, que a ideologia e a ignorância continuam a ser más conselheiras dos falsos ambientalistas e do MST.

Patrocínio (MG), set./08
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Publicado na Folha de Patrocínio, 18/10/08


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