Geraldo R. Braga*
“Em 10 anos, o comunismo, esta perversão do espírito humano, terá desaparecido da face da terra. Já o islamismo, que só prega o amor e não o ódio, prosseguirá em sua campanha vitoriosa, porque nada nem ninguém pode bloquear nossa fé” (Ayotolá Ruhollah Khomeini, 1989). Khomeini, do Irã, estava certo, tanto nessa “profecia” quanto em outra, na qual disse que o islamismo seria em breve a força dominante nas repúblicas soviéticas de população muçulmana. O fundamentalismo islâmico é hoje talvez a corrente política que mais cresce no mundo. Também a religião.
No século VII, início da expansão da jovem fé islâmica por meio do avanço militar, os muçulmanos ou islâmicos armados com fé, ótima cavalaria e espadas, ocuparam todo o norte da África, o Oriente Médio e parte dos Bálcãs e da Península Ibérica, na Europa. Mais recentemente, no século XX, a grande expansão islâmica se deu no sudeste asiático, especialmente Indonésia, o maior país muçulmano da atualidade. Também conheço a islâmica Turquia, Bulgária, Sérvia e Croácia e mais de 37 outros países nos 6 continentes. Visitando Bizâncio, Constantinopla, atual Istanbul, na antiga Catedral Católica de Santa Sofia, ou Mesquita de Santa Sofia, verifiquei, correndo sério risco de ser atacado, que os três grandes profetas do Islã são Maomé, Jesus Cristo e Hussein, neto de Maomé. O Xiitas defendiam e ainda defendem que o poder ou sucessão pós Maomé (morreu em 632 D.C. ou A.D), deveria ter sido entregue à Hussein e não ser dividido entre os vários chefes islâmicos (corrente vencedora dos Sunitas, por exemplo, Saddam Hussein, do Iraque). Os Xiitas representam apenas 10% do oceano islâmico. São maioria apenas no Irã, no Líbano e Azerbaijão. Entre os governos muçulmanos “anti ocidentais” citam-se a Líbia e o Irã e entre os “pró-Casa Branca” Arábia Saudita, Turquia e Paquistão. Entre as ex-Repúblicas Soviéticas (USSR), com maioria muçulmana citam-se o Tajiquistão, Azerbaijão, Turcomenistão, Usbequistão, Quirquistão e Casaquistão. Você sabe porque todos esses países terminam em “tão e jão”? Khomeini patrocinou a criação de grupos
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* Economista Rural, Magister Scientiae (MS)
Xiitas ultracombatentes, como o “Partido de Deus” (Hizbolah) no Líbano ou a oposição iraquiana.
O momento crítico para o crescimento do fundamentalismo foi a revolução do Irã (antiga Pérsia), que derrubou a ditadura ocidentalizante do xá Reza Pahlevi, em nome da cultura tradicional, mas também em nome do fim da tortura, da repressão e em defesa dos direitos humanos. O fundamentalismo islâmico continuou crescendo de forma algo desordenado e sem obedecer a uma liderança única. No início dos anos 90, os fundamentalistas (ou o seu braço secreto, a Fraternidade Muçulmana), eram a principal força de oposição no Egito, na Argélia, na Tunísia, no Marrocos e na Jordânia.
Os Islamitas adoram a um só Deus, e isso é já um salto do paganismo para a idéia de um único Criador espiritual. É o princípio de um Deus universal. O budismo degenerou numa série de fórmulas estéreis, mas o código budista, embora tenha poucas exigências morais, conduz à cooperação, à não-violência e ao entendimento cortês entre as várias comunidades humanas. O comunismo repeliu a idéia de um Deus Pessoal, mas na sua teoria está implícita a fraternidade do homem... “Camaradas de todo o mundo, uni-vos...”, segundo o Manifesto Comunista, de Karl Marx.
O contato que teve com cristãos e judeus contribuiu poderosamente para a nova religião fundada por Maomé (Mohammed). Grande parte dos ensinamentos do Corão, livro sagrado dos muçulmanos, é derivada das doutrinas do Antigo Testamento, como o monoteísmo, a proibição da usura, da adoração das imagens e da ingestão da carne de porco. Maomé considerava o Novo Testamento um livro inspirado por Deus, e Jesus, um dos maiores profetas. O juízo final, a ressurreição do corpo, a crença nos anjos, admitidos por Maomé, evidenciam a influência cristã. O Corão, no entanto, é um complicado sistema de regulamentação de festas, absolvições e preces. Acha-se dividido em 114 suras ou capítulos e estes em versículos.
O Islamismo tornou-se uma religião guerreira e juntamente com a máxima suprema La illa Allah, Mohammed rasul Allah (Só Alá é Deus e Maomé é seu Profeta) o Islã passou a admitir que a espada fosse a chave do paraíso e que todo aquele que caísse no campo de batalha, na luta pelo Islã, teriam os pecados perdoados.
As conquistas árabes, feitas em nome de uma “guerra santa”, estendiam-se pela Pérsia e pelo Turquestão até a Índia, no Oriente. No Ocidente, os árabes submeteram todo o norte da África e, em 711, atacaram a Europa pelo estreito de Gibraltar, penetrando na Espanha.
Como se vê é bastante complexa a administração da Igreja Católica, isto é Universal, num mundo tão diversificado e plural, especialmente no Japão, Coréia do Norte, China Comunista (RPC), nas Rússias e antiga Cortina de Ferro (Old USSR), Tailândia, Indonésia, Paquistão, Irã, Líbano, Azerbaijão, Líbia, Arábia Saudita, Turquia, Tajiquistão, Turcomenistão, Usbequistão, Quirquistão, Casaquistão, Albânia, Sérvia, etc. Quid vobis videtur frates? Que vos parece, hermanos? A Ásia tem 3,5 milhões de habitantes sendo 22,0% mulçumanos, 21,5% hinduístas, 9,5% budistas, apenas 106 milhões de católicos – 3,0% e outros – 44,0%. Os povos Hui, Uygur, Kazak, Kirgiz, Tatar, Ozbek, Tajik, Dongxiang, Salar e Bonan na China Comunista (PRC) são islamitas.
Preceitos religiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve: crer em Alá como seu único Deus; fazer cinco orações diárias curvado em direção a Meca; pagar o Zakat (contribuição para ajudar os pobres); fazer jejum no mês de Ramadã e peregrinar para Meca pelo menos uma vez na vida.
Faz parte ainda a Jidah que é a Guerra Santa, cujo objetivo é reformar o mundo e difundir os princípios do Islã. A Jidah, porém, não é aceita por todos os muçulmanos (felizmente).
Locais sagrados
Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca (Arábia Saudita), onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém (Israel), cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar-se com Moisés e Jesus.
Divisões do Islamismo
Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais: Sunitas e Xiitas. Aproximadamente 90% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo Sunita. De acordo com os Sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os Xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.
From Jayme Brener – O Mundo Pós-Guerra Fria, Morris West – The Shoes of the Fisherman, DVD by Michael Anderson e El Cid – DVD by Anthony Mann e A. Souto Maior – História Geral, Cia. Edit. Nacional.
Patrocínio, agosto/08